Para forçar a queda de preços dos alimentos, alguns integrantes do PT têm defendido a ideia de taxar temporariamente as exportações do agronegócio. O grupo acredita que essa medida poderia forçar o agronegócio a direcionar mais produtos ao mercado interno.
O assunto divulgado pela Folha de São Paulo pegou de surpresa a senadora Tereza Cristina (PP-MS), que acredita que a medida está indo na contramão do que sustenta a economia.
"Taxar as exportações do agro brasileiro é uma medida que vai na contramão. Em vez de penalizar o setor que sustenta nossa economia, o governo deveria reconhecer e valorizar nosso agro, valorizar o que fazemos pela segurança alimentar do Brasil e do mundo”, pontuou ao Campo Grande News.
Tereza está participando da missão oficial ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica. No encontro está sendo debatido temas estratégicos, como agricultura e comércio nas relações entre o Brasil e União Europeia.
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme de Barros Bumlai, acredita ser um absurdo a taxação e que não impacta na inflação.
"É preciso reduzir, sim, a tributação sobre os insumos para que haja uma redução nos custos de produção. Taxar o produto lá na ponta, destinados à exportação, além de não impactar no combate à inflação, ainda causaria um desequilíbrio na balança comercial com a consequente redução no volume exportado", disse.
A equipe de reportagem também entrou em contato com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e aguarda o retorno.
O preço dos alimentos tem pressionado o Governo Federal, tanto é que na semana passada anunciou a intenção de implementar uma série de medidas para tentar conter.
Campo Grande está no topo da maior inflação de alimentos no Brasil, com acumulado de 11,3% em 2024.