O governador Eduardo Riedel, se manifestou com indignação nesta quinta-feira (22) sobre a decisão do Carrefour de suspender a compra de carne de países do Mercosul, uma medida anunciada pelo CEO da empresa, Alexandre Bompard, na quarta-feira (20), em um pronunciamento oficial na França. O descontentamento ficou público durante divulgação de uma parceria com a Nuffield, nas redes sociais.
Em sua declaração, Riedel afirmou que a atitude do Carrefour não pode ser aceita e representa um "absurdo comercial" que prejudica a relação entre o Brasil e o mercado internacional.
“Nós estamos acompanhando a discussão do Carrefour inibindo e proibindo a compra de carne do Mercosul. É esse tipo de coisa que queremos combater, absurdos comerciais que transportam para essa relação algo negativo”, criticou o governador.
A decisão do Carrefour, de não mais importar carne do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, faz parte de uma estratégia para pressionar contra o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O CEO do grupo francês, Alexandre Bompard, destacou que a medida visa a postura da União Europeia em relação ao bloco sul-americano.
Em resposta, grandes frigoríficos brasileiros, como JBS, Marfrig e Minerva, além de outras indústrias de médio e pequeno porte, anunciaram que não venderão mais carne para as redes do Carrefour no Brasil, incluindo as bandeiras Atacadão e Sam’s Club.
A medida foi uma reação ao boicote imposto pela empresa francesa e obteve o apoio de diversas entidades do agronegócio, como a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), que também repudiou a atitude.
Além disso, o movimento foi ampliado com a adesão de outras redes de supermercados. O CEO do grupo francês Les Mousquetaires, Thierry Cotillard, declarou que suas redes, Intermarché e Netto, também adeririam ao boicote à carne do Mercosul. Ele confirmou a decisão em uma publicação nas redes sociais, alinhando-se ao Carrefour no bloqueio da comercialização de carne sul-americana.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também se posicionou contra a decisão. Em nota oficial, a pasta lamentou o boicote, classificando-o como uma postura protecionista que prejudica a imagem dos produtos brasileiros, sem apresentar justificativas técnicas ou científicas. O Mapa reafirmou que o Brasil não aceitará tentativas de desmerecer a qualidade e a segurança de sua carne, nem os compromissos ambientais assumidos pelo país.