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BOI GORDO

Pressão baixista se intensifica nas principais praças brasileiras

No interior de São Paulo, a referência de preços do boi gordo ainda gira em torno dos R$ 230/@ (valor bruto), mas já houve negócios no dia a R$ 225/@

11 agosto 2023 - 07h31Por DBO Rural

Na quinta-feira, 10 de agosto, os preços do boi gordo voltaram a ceder em algumas praças brasileiras, refletindo a ausência de muitas unidades frigoríficas das compras, informa a S&P Global Commodity Insights.

A saída das indústrias do mercado, justifica a consultoria, é resultado do fraco escoamento da produção de carne bovina, o que tem elevado os estoques nas câmaras frias. “O fraco consumo interno e a queda nos preços da carne bovina brasileira colocada no mercado externo trouxeram muitas incertezas aos frigoríficos”, ressalta a S&P Global.

Ao mesmo tempo, desanimados com o rumo do mercado, muitos pecuaristas elevaram a oferta de boiada terminada, reforçando o movimento de queda nos preços. Além disso, o avanço do período seco reduz a capacidade de suporte dos pastos, obrigando a desova dos lotes prontos para abate.

Entre as principais praças pecuárias do País, o interior paulista é a que mais preocupa, relata a S&P Global. Principal exportador nacional de carne bovina e referência aos preços da arroba no Brasil, o mercado paulista se mostra muito fraco em termos de negócios, observa a consultoria.

As escalas de abate das indústrias paulistas estão preenchidas para pouco mais de 20 dias, praticamente prontas até o final de agosto, apurou a S&P Global. Segundo a consultoria, grande parte das programações de abate foram compostas por lotes de animais negociados pela modalidade de compra de contratos a termo – sistema no qual a indústria “encomenda” ao pecuarista determinado número de bovinos para entrega num prazo combinado e com valor prefixado no mercado futuro do boi gordo da B3.

No interior de São Paulo, a referência de preços do boi gordo ainda gira em torno dos R$ 230/@ (valor bruto), mas já houve negócios no dia a R$ 225/@, informa a S&P Global. “Plantas exportadoras (paulistas) estão fora das compras e não deram sinais de quando devem retomá-las”, diz a S&P Global.

Na avaliação da consultoria, pelo lado da oferta, o desarranjo no setor também se deve ao elevado número de fêmeas na linha de abate. Em Estados como Mato Grosso e Pará, relata a S&P Global, a representatividade das vacas chega até 70% do total de animais a serem abatidos em algumas unidades.

Nesta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que, no primeiro semestre de 2023, os frigoríficos brasileiros abateram 15,6 milhões de bovinos, crescimento de 8% frente ao mesmo período de 2022 – esses dados preliminares cobrem os frigoríficos com os três certificados (SIM, SIE e SIF). Trata-se do maior número desde 2019.

Por sua vez, a produção de carne bovina brasileira, de acordo com IBGE, cresceu 6,3% no primeiro semestre de 2023, somando cerca de 4,05 milhões de toneladas equivalente carcaça, recorde na série histórica.

“Porém, as exportações da proteína, no mesmo período, recuaram 5,4%, elevando os estoques internos, derrubando os preços da carne e as margens das indústrias frigoríficas”, afirmam os analistas S&P Global.

Dados Scot

Nesta quinta-feira, os frigoríficos de São Paulo passaram a ofertar R$ 5/@ a menos pela de vaca gorda, apurou a Scot Consultoria. “Algumas indústrias frigoríficas estão fora de compras e, dentre os compradores ativos, há ofertas ocorrendo abaixo da referência para o boi gordo”, afirma a Scot, acrescentando: “Nos próximos dias, novas quedas não estão descartadas”.

A arroba do boi gordo está sendo negociada em R$ 225 no mercado paulista, a vaca vale R$ 200 e novilha gorda, R$ 215 (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot. O “boi-China” é vendido por R$ 230/@ em São Paulo (no prazo, valor bruto), com ágio de R$ 5/@ sobre o animal “comum”.