Com muitas indústrias fora das compras, o mercado paulista do boi gordo – além da maioria absoluta das outras praças importantes do País – abriu a segunda-feira (9/12) sem alterações em relação aos preços da sexta-feira (6/12), informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário.
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 9/12 pela Agrifatto; clique AQUI.
Pelos dados da Scot Consultoria, o boi “comum” (sem padrão-exportação) vale R$ 330/@ em São Paulo, no prazo, enquanto o “boi-China” é negociado por R$ 335/@ – portanto, com um ágio de R$ 5/@.
De acordo com a Scot, na praça paulista, a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 305/@ e R$ 322/@, respectivamente.
Segundo levantamento da Agrifatto, no mercado de São Paulo, tanto o boi direcionado ao mercado doméstico quanto o animal pronto para exportação (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) valem R$ 320/@.
Nas outras 16 regiões monitoradas pela Agrifatto, o boi gordo seguem em R$ 303,80/@, na média.
Na última sexta-feira, recorda a consultoria, 6 das 17 praças monitoradas registraram queda nos preços do boi gordo (SP, GO, MA, MG, MS e MT); as outras 11 regiões mantiveram as cotações inalteradas.
Queda semanal
O mês de dezembro/24 começou com o boi gordo no mercado físico replicando a movimentação da B3, de queda, relembra a Agrifatto.
Foi a primeira queda semanal dos preços físicos do boi gordo após 25 semanas consecutivas de valorização, contabiliza a consultoria.
O indicador Cepea (praça paulista) fechou a semana com valor médio de R$ 333,63/@, enquanto o indicador Agrifatto atingiu R$ 332,90/@, o que significou recuos de 5,14% e 5,35%, respectivamente, em relação à semana anterior.
“A redução nos preços é reflexo da pressão dos frigoríficos, originada na B3, mas que ganhou força no mercado físico com os ajustes na demanda promovido pelas indústrias”, justificam os analistas da Agrifatto.
Segundo a consultoria, um volume expressivo de contratos a termo, somado à entrada de gado oriundo de confinamentos, aumentou a oferta de animais terminados nas regiões brasileiras, o que contribuiu fortemente para a desvalorização da arroba no início de dezembro/24.
Tal comportamento, continua a Agrifatto, ampliou as escalas de abate das indústrias brasileiras para nove dias (média nacional), reduzindo a urgência nas compras de boiadas gordas.
“Como estratégia, vários frigoríficos se afastaram das negociações ou adotaram abates intercalados para prolongar suas programações”, observa a Agrifatto.
Por outro lado, diz a consultoria, o aumento consecutivo nos preços da carne bovina no varejo doméstico levou muitos consumidores a migrarem para proteínas mais baratas, como aves, suínos, ovos e produtos industrializados.
Além disso, aponta a Agrifatto, existe ainda uma pressão do mercado chinês, que reduziu em torno de US$ 600 por tonelada o preço do dianteiro exportado pelo Brasil, o que impactou negativamente o volume de exportações para o país asiático. “É comum, no entanto, que os embarques em dezembro diminuam (para o mercado chinês) para evitar chegada de produtos durante o Ano Novo Lunar”, diz a Agrifatto.
Mercado futuro fica mais calmo
Na sexta-feira, a B3 operou com leve valorização em todos os contratos futuros. O destaque ficou para o contrato com vencimento para janeiro/25, que fechou o pregão cotado a R$ 302,95/@, o que representa uma valorização de 1,83% em relação ao dia anterior.
Segundo recorda a Agrifatto, na última semana, os contratos de janeiro a maio de 2025 desceram ladeira abaixo, atingindo suas mínimas na quinta-feira (05/12/2024), o que representou uma queda em valor nominal acima dos R$ 40/@.
Alta do bezerro perde intensidade
A primeira semana de dezembro/24 foi positiva para o bezerro, que registrou preço médio de R$ 2.696/cabeça (indicador Cepea, MS), com leve alta de 0,28% em relação à semana anterior, informa Agrifatto.
Segundo a consultoria, quando comparado ao aumento de mais de 6% observado há um mês, essa alta modesta do bezerro indica que, na prática, o preço está em processo de desaceleração, em linha com o boi gordo.
Farelo sobe e milho aponta estabilidade semanal
Na última semana, o farelo de soja chegou fechou com valor médio de R$ 1.996/tonelada, com um avanço de 1,26% em relação à semana anterior. O milho, por sua vez, ficou em R$ 72,80/saca nesta primeira semana de dezembro/24, um ligeiro recuo de 0,09% no comparativo semanal, informa a Agrifatto.