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BOI GORDO

Pecuaristas batalham por preços mais altos favorecidos pelas boas condições da pastagem

Produtores seguram os animais nas fazendas, negociando de maneira cadenciada, enquanto os frigoríficos estão comprando apenas o mínimo para manter as operações de abate

22 abril 2024 - 07h31Por DBO Rural

Em um acirrado embate entre pecuaristas e frigoríficos, o mercado físico do boi gordo manteve preços da arroba firmes ao longo desta semana, com viés de alta para os próximos dias, relata a Agrifatto. De um lado, os produtores brasileiros seguram os lotes de boiadas gordas nas fazendas, favorecidos pelas excelentes condições nutricionais das pastagens naturais.

Por sua vez, continua a Agrifatto, os frigoríficos estão adquirindo lotes de animais terminados em quantidades mínimas, apenas o necessário para manter o atendimento das programações, garantindo o abate de, pelo menos, oito dias úteis, conforme a média nacional.

Nas últimas semanas, o mercado físico do boi gordo embarcou em um movimento de valorização de preços, com a cotação do animal em São Paulo atingindo, em 17 de abril (quarta-feira), R$ 232,62/@, o maior valor desde 28 de fevereiro deste ano, informa a Agrifatto.

Na B3, o movimento foi ainda mais intenso e o contrato futuro do boi gordo com vencimento em maio/24 atingiu R$ 236,75/@ na última quinta-feira (18), o maior patamar desde 17 de janeiro de 2024. Conforme a Agrifatto, a valorização nas cotações do boi gordo está atrelada à maior dificuldade dos frigoríficos em manter as escalas alongadas, um reflexo das boas pastagens, após as fortes chuvas registradas nos últimos dois meses.

A subida nos preços da arroba representou um certo alívio aos pecuaristas, bastante descontentes com as cotações que eram ofertadas até então – o primeiro trimestre de 2024 registrou a pior variação negativa para os preços do boi gordo desde 2009, recuando mais de 8% desde o início do ano, calcula a Agrifatto.

No entanto, alerta a consultoria, o histórico de preço do boi gordo para os próximos quatro meses é desfavorável ao pecuarista, ainda mais considerando a atual fase de descarte de fêmeas dentro do ciclo pecuário. De acordo com o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, analisando o histórico dos últimos anos e considerando a variação nominal nos preços entre maio e abril, desde 1996, a média em maio sempre foi menor do que a de abril, sem exceções.

“Ou seja: a desova de fim de safra pesa”, afirma Fabbri, acrescentando: “Se este histórico se repetirá, só a história dirá, mas, ao pecuarista, o movimento atual soa como uma boa oportunidade para negociações no curto prazo”.
Com isso, a Agrifatto sugere o uso de mecanismos de proteção de preço na B3 (hedge).

“Acreditamos que essa seja uma boa oportunidade de comercialização antecipada, acelerando a comercialização de boiada gorda para os próximos meses”, propõe a consultoria, acrescentando que, ao seguir tal estratégia, os pecuaristas reduzirão a exposição ao risco de desvalorização diante da chegada da seca e da primeira leva de bovinos que passam pela engorda intensificada no cocho.

Segundo a consultoria, nos últimos 30 dias, os preços futuros do boi gordo subiram R$ 13/@, abrindo a janela de comercialização antecipada. A Agrifatto chama a atenção para o atual ágio do preço futuro do boi gordo em relação ao valor vigente no mercado físico (Cepea).

Enquanto o índice Cepea apontava para um boi gordo entre R$ 229-233/@ nos últimos 7 dias, as precificações futuras sinalizavam um boi gordo de R$ 237/@ ao fim de maio/24, chegando a R$ 240,50/@ no fim de agosto/24.

“Ou seja, o mercado está disposto a pagar ágios que chegam a quase 5% do valor atual do boi gordo no mercado físico paulista”, observa a Agrifatto. Na última sexta-feira (19), o preço médio do boi gordo (média entre animal “comum” e “boi-China) em São Paulo subiu para R$ 235/@, apurou a Agrifatto.