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BOI GORDO

Negócios envolvendo boiadas gordas em São Paulo não andam

Pressão negativa da segunda quinzena do mês chegou com tudo para os atacadistas paulistas de carne bovina

15 março 2024 - 07h31Por DBO Rural

O mercado físico do boi gordo continua no cenário de “queda de braço”, relatam os analistas da Agrifatto. “Os frigoríficos tentam pressionar os valores da arroba e compram compassadamente, enquanto os pecuaristas resistem e liberam o gado terminado de maneira cautelosa, resultando em estabilidade nos preços da arroba em grande parte do País”, afirma a consultoria.

Segundo apurou a Scot Consultoria, no mercado paulista, a demanda pela carne bovina não evoluiu ao longo desta semana e o equilíbrio nas ofertas de boiadas gordas garantem escalas de abate confortáveis aos frigoríficos locais, com uma média de 11 dias.

“Como resultado, o mercado não avança”, ressalta a Scot. Pelos dados da consultoria, nas praças de São Paulo, o “boi-China” está em R$ 235/@, enquanto o boi “comum” vale R$ 230/@. Por sua vez, as fêmeas estão sendo negociadas em R$ 205/@ (vaca gorda) e R$ 220/@ (novilha).

Na B3, o movimento de alta não permaneceu nesta quarta-feira (13/03) e todos os contratos apresentaram ajustes negativos na comparação feita com o dia anterior. O vencimento para março/24 ficou precificado em R$232,85/@, queda diária de 0,62%, informa a Agrifatto.

Brasileiros longe das gôndolas

As vendas de carne bovina no varejo de São Paulo têm apresentando baixo desempenho nesta semana, informa a Agrifatto. “Há oferta volumosa de todos os produtos com osso, contudo, a demanda para maioria deles é baixa”, ressalta a consultoria, que acrescenta: “Existe um excesso de oferta e um claro viés de baixa nas cotações do traseiro, da ponta de agulha e também da vaca casada”.

Além disso, foram registradas algumas vendas de boi castrado com ajuste negativo de R$ 0,30/kg, chegando a R$ 15,50/kg, acrescenta a Agrifatto. “Ou seja, a pressão negativa da segunda quinzena chegou com tudo para os atacadistas da carne bovina”, destacam os analistas.

Descarte de vacas em peso

Com a divulgação dos números de abate no Brasil referente ao quarto trimestre, o setor registrou um volume acumulado de 34,06 milhões de cabeças enviadas aos ganchos no Brasil em 2023. “Trata-se do maior montante de bovinos abatidos no Brasil desde 2013”, relata a Agrifatto.

Com esses números, observa a consultoria, a participação de fêmeas sobre o total de bovinos abatidos no Brasil atingiu 41,6% em 2023, o maior resultado desde 2019 e 2,35 pontos percentuais acima da média de participação dos últimos 15 anos.

O resultado, diz a Agrifatto, reforça o argumento de que a atual fase do ciclo pecuário “é de descarte de fêmeas”.
“Para 2024, esperamos que o descarte de fêmeas continue acelerado e estimamos que o total de bovinos abatidos no Brasil atinja 35,85 milhões de cabeças, o maior resultado da história”, prevê a Agrifatto.