O mercado físico do boi gordo iniciou a semana sob grande pressão baixista, apesar de algumas regiões registrarem oferta enxuta de animais terminados, informa nesta segunda-feira (21/8) a S&P Global Commodity Insights.
Tal condição, diz a consultoria, significa que a inconsistência no consumo da carne, tanto doméstico quanto externo, permanece fundamentando a persistência do movimento de baixa da arroba.
Segundo a S&P Global, a segunda-feira registrou ambiente moroso nos negócios, com boa parte dos agentes de mercado ausentes nas negociações.
“As escalas de abate variam conforme as programações de produção, diante de distintas estratégias por parte dos frigoríficos, tais como diluição dos abates diários ou operações em dias intercalados”, observam os analistas.
Neste sentido, há relatos de escalas que ainda não compõem volumes para a semana em curso, bem como houve reportes de programações já preenchidas para a última semana de agosto, acrescenta a S&P Global.
No Sul e Sudeste do País, alguns frigoríficos que foram às compras de boiadas gordas efetivaram novos negócios a preços mais baixos, resultando em recuos nas praças de São Paulo e do Paraná, informa a S&P Global.
No mercado paulista, contam os analistas, alguns pecuaristas cederam a venda de animais em cotações inferiores diante do clima quente e seco no interior do Estado, o que fomentou uma condição de liquidação de oferta remanescente.
Por sua vez, no Mato Grosso do Sul, a maior parte das indústrias permaneceram ausentes das compras nesta segunda-feira, porém os poucos compradores ativos conseguiram efetivar novos negociações a preços mais baixos.
Na avaliação da S&P Global, o mercado físico deve permanecer nesta toada até a virada do mês, diante do fraco consumo doméstico nesta última metade de agosto.
O setor externo esboça reação em termos de volumes, porém os preços da proteína brasileira também registram forte recuo ao longo das últimas semanas.
Pelos dados apurados pela Scot Consultoria, grande parte dos frigoríficos paulistas ficam fora das compras de boiadas gordas nesta segunda-feira, aguardando o resultado das vendas no final de semana para definir os preços que serão ofertados.
Com isso, diz a Scot, os preços de todas as categorias de animais destinados ao abate ficaram estáveis em relação à última sexta-feira (18/8).
A arroba do boi gordo paulista está sendo negociada em R$ 210, a da vaca em R$ 195 e a da novilha em R$ 206 (preços brutos e a prazo), de acordo com a Scot.
O “boi China” está cotado em R$ 220/@ (bruto e a prazo), base SP, com ágio de R$ 10/@ sobre o animal “comum”, acrescenta a consultoria.