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Mercado do boi gordo segue "nas mãos" dos pecuaristas, que ditam os preços e ritmo dos negócios

Com a dificuldade dos frigoríficos em manter um fluxo contínuo de animais terminados, as escalas de abate das indústrias atingiram "níveis críticos", informa a Agrifatto

06 setembro 2024 - 09h00Por Portal DBO
Mercado do boi gordo segue "nas mãos" dos pecuaristas, que ditam os preços e ritmo dos negócios

Em um cenário de pouca oferta de animais e de uma demanda firme pela carne bovina (interna e externa), o mercado brasileiro de boi gordo tem favorecido o pecuarista nas últimas semanas, com valorizações da arroba em todo o País, destaca a Agrifatto.

“As programações de abate já começam a sentir o impacto da redução da disponibilidade de boiadas e os frigoríficos enfrentam dificuldades para garantir um maior fluxo de animais terminados”, ressalta a consultoria.

Entre as valorizações mais significativas, São Paulo se destacou nesta semana, com o boi gordo batendo a casa dos R$ 250/@ neste início de setembro, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

“O clima está bastante seco e a oferta de animais criados a pasto cada vez mais escassa”, informa a entidade, acrescentando que as escalas de abate dos frigoríficos devem ser supridas pelos animais de confinamentos.

Do lado da demanda, os indicadores macroeconômicos indicam que o consumo do brasileiro de carne bovina pode se manter firme, acrescenta o Cepea.

No setor das exportações, continua a entidade, as perspectivas também são favoráveis, “tanto pelos preços competitivos da carne brasileira quanto pelo impacto da produção deficitária dos Estados Unidos desde o ano passado”.

Segundo a Agrifatto, nos últimos dias, o mercado paulista de carne bovina com ossos mostrou sinais de aquecimento, especialmente no segmento de varejo, aponta a Agrifatto.

“As vendas foram fortes na segunda-feira, apresentaram um desempenho regular na terça e voltaram a ser boas na quarta-feira”, relata a consultoria, que acrescenta: “Tal comportamento indica uma demanda consistente, típica das primeiras quinzenas do mês, quando o consumo tende a aumentar naturalmente (em função do pagamento do salário)”.

De maneira semelhante, as distribuições do atacado se mantiveram estáveis desde o início da semana, impulsionadas por um volume expressivo de pedidos para reposição dos estoques de carne bovina no varejo, complementa a Agrifatto.

Isso assegurou um fluxo regular de mercadorias, que foram rapidamente recolocadas em outros clientes. “Como comprovação da solidez do escoamento, persiste uma boa demanda por carne para entregas ainda nesta semana, visando reforçar os estoques dos distribuidores”, diz a consultoria.

De acordo com os analistas da Agrifatto, com o tempo seco e os incêndios registrados em pastagens durante a entressafra, as escalas das indústrias atingiram “níveis críticos”, abrangendo apenas sete abates incompletos.

“Isso evidencia a dificuldade dos frigoríficos em manter um fluxo contínuo de animais terminados”, reforça a consultoria.

Apuração diária dos preços 
Pelos dados da Agrifatto, nesta quinta-feira (5/9), o preço da arroba em São Paulo se manteve em R$ 250 (considerando a média entre o boi gordo “comum” e o “boi-China”).

Nas demais regiões monitoradas diariamente (16 praças) pela consultoria, a média também permaneceu estável, em R$232,20/@.

Segundo apuração da Scot Consultoria, o mercado paulista andou de lado nesta quinta-feira, mas ainda com tendência altista nos preços da arroba.

Com isso, pelos números da Scot, o boi “comum” paulista continua valendo R$ 245/@, a vaca gorda é vendida por R$ 220/@ e a novilha custa R$ 235/@ (todas as cotações a prazo).

“A escala de abate também pouco mudou no Estado de São Paulo e atende de 6 a 10 dias, dependendo do frigorífico”, relata a Scot, que completa: “A manutenção do tamanho da escala, pode ser um dos motivos que têm segurado o avanço mais rápido dos preços”.

Pelo dado da Scot, o “boi-China” é comercializado por R$ 250/@, com ágio de R$ 5/@ em relação ao boi gordo “comum”.

No mercado internacional, a demanda chinesa permaneceu estável nesta semana, embora tenha começado a mostrar sinais de saturação, diz a Agrifatto.

“Os exportadores brasileiros tentaram elevar os preços do dianteiro, mas enfrentaram resistência por parte dos importadores chineses, que rejeitaram os novos valores propostos de US$ 4.900 por tonelada”, relatam os analistas da Agrifatto.

Como resultado, diz a consultoria, o preço da carne bovina destinada à China teve um aumento moderado de 0,53% no período, com a tonelada do produto sendo comercializada, em média, a US$ 4.725.

No mercado futuro, o contrato com vencimento para setembro/24 foi cotado a R$ 248,50/@, ligeiramente abaixo (-0,04%)  do preço do dia anterior. O contrato com entrega em novembro/24 encerrou o pregão a R$ 261,15 por arroba, com valorização diária de 1,34%.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta quinta-feira (5/9):

São Paulo — O “boi comum” vale R$245,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$250,00. Vaca a R$225,00. Novilha a R$235,00. Escalas de abates de dez dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$240,00. Vaca a R$220,00. Novilha a R$230,00. Escalas de abate de seis dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$255,00 a arroba. O “boi China”, R$255,00. Média de R$255,00. Vaca a R$230,00. Novilha a R$235,00. Escalas de cinco dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de sete dias.