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Mercado do boi gordo segue "congelado", sem viés definido

Preços dos animais terminados registraram estabilidade, refletindo o baixo consumo doméstico de carne bovina neste período crítico do ano para o "bolso" dos brasileiros

23 janeiro 2025 - 11h32Por Portal DBO
Mercado do boi gordo segue "congelado", sem viés definido

Nesta segunda quinzena de janeiro, a difícil situação econômica enfrentada pelos trabalhadores brasileiros (período de pagamento de impostos, material escolar, gastos com cartão de crédito no período de férias, entre outros custos) tem afetado negativamente a demanda pela carne bovina, tanto as vendas no varejo quanto as distribuições no atacado, informa a Agrifatto. Diante de tal cenário, o mercado do boi gordo praticamente “congelou”, com poucos negócios realizados nas praças brasileiras.

“Com entraves no varejo, os pedidos para reposição de estoques na ponta consumidora têm sido quase inexistentes”, observa a Agrifatto, referindo-se ao mercado paulista.

Segundo a consultoria, setores como o de distribuição de carne com osso e processadoras de carne desossada evitam novas aquisições, devido aos estoques suficientes para atender à demanda até sexta-feira (24/1).

“Mesmo o dianteiro e a ponta de agulha, que apresentavam boa rotatividade na semana passada, agora enfrentam desaceleração”, informa a Agrifatto, que acrescenta: “Com uma sobra significativa de carne nesta semana, o mercado continua a lidar com uma severa perda de liquidez, situação que pode persistir ao longo da segunda quinzena, tradicionalmente marcada por um menor apelo de consumo”.

Diante da negociação a conta-gotas e da pressão reduzida sobre os pecuaristas, os preços do animal terminado permaneceram inalterados nesta semana.

“A escassez de oferta (de boiadas gordas) se tornou ainda mais evidente, com o volume negociado sendo apenas suficiente para garantir o atendimento das escalas de seis dias, na média nacional”, afirma a Agrifatto.

Nesta quarta-feira (22/1), apesar do movimento baixista da B3 iniciado na terça-feira, o preço médio do boi gordo em São Paulo permaneceu em R$ 335/@ (mesmo valor para o boi “comum” e  o “boi-China”, de acordo com apuração da Agrifatto).

Nas demais 16 regiões monitoradas pela consultoria, a média de preço do animal terminado subiu para R$ 305,30/@.

“Três das 17 praças monitoradas valorizaram a arroba (MA, RJ e TO); as outras 14 mantiveram suas cotações laterais”, ressalta a Agrifatto.

Dados Scot – Pelo levantamento da Scot Consultoria, o mercado de São Paulo abriu a quarta-feira com preços estáveis para os animais terminados, sem muitos negócios.

“O baixo desempenho do escoamento da carne e estoques confortáveis desestimularam as compras”, afirma a Scot.

No lado de dentro das porteiras, os pecuaristas aguardam melhores preços para fechar negócios, acrescenta a consultoria.

Dessa maneira, o boi gordo “comum”, diz a Scot, segue apregoado em R$ 327/@ no mercado paulista, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 305/@ e R$ 317/@, respectivamente.

O “boi-China”, segundo a Scot, segue valendo R$ 335/@ em São Paulo, portanto, com ágio de R$ 8/@ sobre o animal “comum”. As escalas de abate estão, em média, para seis dias em SP.