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Incêndio no Pantanal põe pecuaristas em alerta

A estação seca após chuvas abaixo da média no período úmido coloca em xeque a disponibilidade de pastagens no Pantanal até a primavera, quando devem retornar as chuvas

26 junho 2024 - 10h05Por Globo Rural
Incêndio no Pantanal põe pecuaristas em alerta

O fogo que avança sobre o Pantanal neste ano coloca em alerta pecuaristas da região quatro anos após o último recorde de focos de incêndio no bioma, registrado em 2020. Mais de 500 mil hectares já foram consumidos pelas chamas no Mato Grosso do Sul, Estado que concentra 65% do bioma.

Segundo especialistas, além dos incêndios, a estação seca após chuvas abaixo da média no período úmido também coloca em xeque a disponibilidade de pastagens até a primavera, quando é esperado o retorno das chuvas. "Temos um longo caminho pela frente, com pelo menos mais três a quatro meses de estiagem, e tudo pode acontecer", diz o pesquisador da Embrapa Pantanal, Carlos Padovani.

Ele sugere que os produtores ajustem a lotação dos animais nos próximos meses visando poupar a pouca pastagem que resta. "Se o pecuarista não tomar providência, vai chegar um momento em que ele vai ter que fazer descarte de animais".

Foi o que aconteceu em 2020, quando a falta de pastagens levou a um aumento repentino na oferta de animais no Estado. Naquele ano, o valor da arroba bovina no oeste do Mato Grosso do Sul, onde encontra-se o Pantanal, caiu de R$ 305,35 em agosto a R$ 261,03 em outubro, segundo a Famasul.

"A grande diferença da seca deste ano é que ela chegou antes. Vamos precisar entender se as chuvas também chegarão antecipadamente ou se vamos ter um período de seca maior", avalia o presidente Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai.

Caso o cenário atual se agrave, uma das saídas para não descartar os animais seria a suplementação com rações à base de grãos. Os desafios logísticos do Pantanal, contudo, tornam a alternativa até 50% mais cara do que em outros polos produtores do país.

"Como nós não temos estradas em grande parte do Pantanal, o custo de logística é elevadíssimo, principalmente para produtos de menor valor agregado como rações", afirma o presidente da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), Eduardo Cruzetta.