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BOI GORDO

Frigoríficos endurecem as negociações e conseguem novos recuos no valor da arroba

Ao longo de agosto, o macho terminado que atende ao mercado interno acumulou queda de R$ 20/@ em SP, fechando o mês valendo R$ 288/@

01 setembro 2022 - 07h34Por DBO Rural

O último dia de agosto foi marcado por novos recuos nas cotações da arroba no mercado físico do boi gordo, informaram nesta quarta-feira (31/8) as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário brasileiro. As quedas mais acentuadas foram observadas nas praças do interior de São Paulo, segundo os dados apurados pela Scot Consultoria.

Na comparação com terça-feira (30/8), houve baixa de R$ 5/@ no preço do boi gordo “comum” (sem prêmio-exportação) negociado no mercado paulista, que agora está valendo R$ 288/@ (preço bruto e a prazo). Por sua vez, o cotação da vaca gorda paulista registrou baixa diária de R$ 4/@, ficando em R$ 270/@, enquanto o preço da novilha teve recuo de R$ 3/@ neste 31 de agosto, chegando a R$ 270/@ (valores brutos, no prazo).

Ao longo do mês, o macho terminado que atende o mercado interno acumulou queda de R$ 20/@ no Estado de São Paulo, ressalta a Scot. Os bovinos com destino ao mercado da China encerraram agosto valendo em torno de R$ 305/@ em São Paulo, R$ 15/@ abaixo do preço registrado no início do mesmo mês, de R$ 305/@ (dados Scot).

A IHS Markit informa que, nesta quarta-feira, muitos frigoríficos brasileiros permaneceram fora das operações de compra de boiada gorda. Os poucos negócios concretizados envolveram animais terminados no cocho. “Neste fim de agosto, observa-se o ingresso ao mercado de animais provindos do segundo giro de confinamento”, relatam os analistas da IHS Markit.

Na avaliação da consultoria, em regiões onde os lotes de animais terminados no cocho começam a ser ofertados, os preços da arroba devem renovar as pressões de baixa no curtíssimo prazo. “O início de setembro pode não registrar suporte aos preços da arroba como anteriormente projetado pelos agentes do mercado”, observa a IHS.

Tal previsão, continuam os analistas da consultoria, reflete sobretudo o quadro atual de escalas de abate ainda confortáveis em muitos frigoríficos, além de ofertas garantidas provindas de animais negociados a termo, bem como de parcerias na engorda intensiva realizadas entre indústrias e grandes confinamentos e/ou boiteis.

“Apesar das escalas de abate não registrarem incrementos significativos nos últimos dias (como os avanços observados no início de agosto), as operações cadenciadas de compras de boiadas, além da redução proposital dos abates diários, fomentam a menor necessidade dos frigoríficos em fechar grandes negócios”, ressalta a IHS.

Assim, as programações de abate das indústrias brasileiras rondam entre 7 e 9 dias e não devem sofrer alterações significativas no curto prazo, sobretudo durante a primeira quinzena de setembro, prevê a IHS. Nesta quarta-feira, a IHS Markit registrou recuo nos preços do boi gordo em três praças monitoradas pela consultoria, reflexo do desequilíbrio entre demanda das indústrias e a oferta de boiada gorda.

Em Goiás, por exemplo, os preços do macho terminado negociados nas praças de Rio Verde e Goiânia recuaram de R$ 275/@ para R$ 260/@. Na opinião dos analistas da IHS, uma retomada mais contundente das condições de preço no mercado do boi gordo ainda segue atrelada ao consumo doméstico de carne bovina, que segue derrapando, e atualmente não possui fôlego suficiente para absorver incrementos na produção.