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Fortes chuvas beneficiam produtores da região sul do Estado

11 janeiro 2010 - 00h00Por Jefferson da Luz - Via Livre Comunicação

O mês de janeiro tem sido de muita chuva no Brasil todo. Nas primeiras semanas do ano, o que se viu nos noticiários foram reportagens sobre deslizamentos de terra, principalmente no litoral do Rio de Janeiro. Mas aqui em Mato Grosso do Sul a chuva é bem vinda. Os produtores de grãos da região de Dourados estão contentes com o clima. Até hoje, choveu 121,8mm naquele município, o que é muito, mas a lavoura agradeceu.

“O que tivemos foram pancadas de chuvas fortes seguidas de sol e tempo bom”, detalha Claudio Lazzarotto, pesquisador de agrometeorologia da Embrapa Oeste (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). “O quantitativo até hoje é grande? É, mas não prejudica, na verdade as plantas estão sendo beneficiadas”, complementa.

Se continuar chovendo com a mesma freqüência, até o fim de janeiro serão cerca de 360mm. O que conforme o pesquisador, é acima da média para a região (280mm), mas ainda tolerável para as plantações.   

Em Dourados a soja está na fase de floração e formação de grãos, período em que a culta requer muita água. Dois fatores são apontados pelo pesquisador como os principais para a não ocorrência de problemas devidos as chuvas constantes: o fato de elas virem de forma rápida e o plantio direto. “Essa técnica evita que o solo seja levado pela água”.

Até o momento, o único inconveniente que as tempestades de verão têm provocado é logístico. As estradas da região estão ficando muito esburacadas e, consequentemente, difíceis de se trafegar.

Como fica a ferrugem - Essas condições climáticas: calor e alta umidade favorecem o aparecimento de um vilão que nas últimas safras quase não deu as caras aqui por Mato Grosso do Sul, a ferrugem asiática.

Dados do CAF (Consórcio Antiferrugem), criado pela UFRGS (Universidade do Rio Grande do Sul) e da Embrapa Soja, para monitorar o avanço da doença no país, mostram que este ano a disseminação da doença vem acontecendo de forma mais rápida e agressiva do que em anos anteriores. Em Dourados, contudo, a ocorrência da ferrugem não tem causado transtornos e os focos continuam poucos até hoje (11/01), apenas sete.

“Apesar das chuvas, a qualidade fitossanitária das lavouras não tem sido afetada. O clima favorece o aparecimento dessa doença, mas os produtores não esperaram ela chegar, estão fazendo pulverizações preventivas o que protege a plantação, dessa forma a ferrugem não está tendo sucesso”, explicou.

Em Chapadão do Sul, norte do Estado, a situação é diferente. Lá, devido às chuvas -que estão mais intensas do que em Dourados-, a ferrugem asiática se manifesta de forma mais agressiva, já são 75 casos registrados. Segundo Lazzarotto, um dos motivos para essa expansão acelerada naquele município é justamente a falta de um controle preventivo.

Conforme o pesquisador, a única preocupação do produtor da região sul é quanto a possibilidade de a chuva não parar em fevereiro, quando terá início a colheita das primeiras lavouras. “Nós tivemos um escalonamento do plantio, quem plantou em outubro vai colher no mês que vem. E com água pode haver algum problema de perda”, atenta. “Mas, até agora, o clima só tem beneficiado quem plantou”, finaliza.