Tatersal 2 da Acrissul lotado na manhã de hoje para o Encontro do Novilho Precoce - Crédito: DivulgaçãoA manhã desta segunda-feira (7) foi de debates estratégicos para o futuro da pecuária brasileira, com a realização da segunda edição do Encontro Novilho Precoce MS, durante a Expogrande 2025, em Campo Grande. O evento reuniu um público de cerca de mil pessoas, entre produtores, técnicos, autoridades e especialistas em mercado, inovação tecnológica e gestão de pessoas no agro.
Durante o encontro, o analista de mercado Hyberville Neto apresentou uma projeção otimista para o setor, ao afirmar que a arroba do boi gordo poderá atingir a marca de R$ 400 no prazo de dois a três anos. Segundo ele, o pecuarista precisa pensar em comprar em arrobas, projetando em meses e anos.
"É um movimento que já começa a se desenhar com a reorganização da cadeia de produção e o reconhecimento de valor do produto brasileiro no mercado internacional. No entanto, é sempre válido considerar garantir preços mínimos em uma curva futura de alta, ou seja, travar os preços, ainda mais na modalidade de confinamento", destacou.
Outro ponto de destaque do evento foi a palestra de Ricardo Arantes, que abordou a gestão de pessoas no campo e o papel essencial da comunicação interna nas propriedades rurais.
"Você quer que seus colaboradores fixem algo? Fixe na parede. Comunique claramente onde for necessário. As pessoas precisam se sentir admiradas e respeitadas para ouvir, inclusive, o feedback mais difícil. Comunicação não é o que você fala, é o que o outro entende. Se ele entendeu errado, a responsabilidade também é sua", explicou. Arantes reforçou ainda que a boa gestão de pessoas reflete diretamente na produtividade e na lucratividade das fazendas.
O avanço tecnológico no campo foi tema da palestra de Keneth Corrêa, que destacou a importância da inteligência artificial para a nova pecuária. "A inteligência artificial deixou de ser uma tendência e passou a ser uma ferramenta prática para o agro. Com ela, podemos monitorar o gado em tempo real, prever problemas sanitários, antecipar oscilações de mercado e até traçar perfis genéticos para melhorar o rebanho. Quem souber integrar essas tecnologias terá uma vantagem competitiva decisiva nos próximos anos", afirmou.
O presidente da Novilho Precoce MS, Rafael Gratão, reforçou que o momento é de adaptação e investimento em tecnologia e capacitação. "O Encontro Novilho Precoce já se consolida como um espaço essencial para pensarmos o futuro da pecuária de corte de alta qualidade. Hoje, saímos daqui com a certeza de que estamos no caminho certo: investindo em tecnologia, na valorização das pessoas e acreditando no mercado. A projeção da arroba a R$ 400 nos próximos anos mostra que quem fizer o dever de casa, com gestão e inovação, vai colher bons frutos", declarou.
O presidente da Famasul, Marcelo Bertoni, também destacou avanços importantes para o setor, especialmente na área sanitária.
"Durante anos, enfrentamos questionamentos de países como o Japão sobre por que ainda vacinávamos contra a aftosa, mesmo sem registrar casos da doença. Isso sempre foi uma barreira para a abertura de novos mercados. Agora, com o reconhecimento da nossa capacidade sanitária, deixamos essa dúvida no passado. A expectativa é que, com a certificação na França, possamos consolidar a confiança internacional e abrir ainda mais mercados, como aconteceu recentemente com o Vietnã — graças ao trabalho dos nossos produtores rurais e à força do agro sul-mato-grossense", ressaltou.
O Encontro contou ainda com a presença de autoridades como o Secretário de Estado da Semadesc/MS, Jaime Verruck, o deputado estadual Paulo Corrêa, o presidente da Acrissul MS, Guilherme Bumlai, além de representantes de entidades ligadas ao agronegócio.
