Para Bruno Surano (Votorantim Corretora), o avanço do preço da carne bovina pode ser explicado pelo aumento na demanda, devido ao encarecimento das aves e da carne suína. A disparada no preço dos grãos, em decorrência da quebra de safra no Estados Unidos por causa da seca que atingiu o país, elevou o custo das rações, que respondem pela maior parte do custo da criação desses animais.
Com isso, o frango já se destaca entre as maiores contribuições para a alta de 0,41% no IPCA em agosto, ao subir 1,35% no período. A carne de porco, por sua vez, ficou 2,92% mais cara.
Entre as carnes bovinas, já foi possível registrar aumento de 1,62% no contrafilé e de 0,95% no acém. “Além do aumento de demanda, as carnes bovinas também estão sendo pressionadas pela sazonalidade. Nesta época do ano começa o abate de matrizes e o confinamento do gado, que passa a ser alimentado por ração. Por isso, o aumento dos grãos deverá se refletir também no preço da carne bovina nos próximos meses”, comenta Surano.
Segundo ele, o pico da sazonalidade acontece em novembro. Até o fim do ano, pelas suas contas, as carnes bovinas têm espaço para subir cerca de 10%. Com isso, o analista calcula um avanço mensal médio de 0,73% nos preços dos alimentos até dezembro.