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Campanha em shopping questiona: você comeria carne de cavalo?

13 março 2012 - 01h34Por Globo Rural

 "Você comeria carne de cavalo?". Esta foi a pergunta feita a milhares de frequentadores de um shopping localizado na zona oeste de São Paulo nesta terça-feira (13/3). O questionamento faz parte de uma campanha publicitária que visa divulgar um programa de uma emissora de TV paga que vai estrear nesta semana, e traz um painel gigante que simula um forno de frangos (popularmente conhecido como televisão de cachorro). No lugar dos frangos, porém, há umcavalo no espeto, que roda enquanto é assado. 


O programa, que tem estréia prevista para esta quarta-feira (14/3), trará alguns episódios sobre alimentação exótica e mostrará exemplos brasileiros. Um dos destaques será omercado Ver-o-Peso, de Belém (PA) e, segundo informou o canal, a abordagem será em torno das propriedades afrodisíaca dos produtos vendidos ali. No mesmo episódio, o programa também abordará o consumo de carnes exóticas como a de cavalo. "Cavalos são animais de estimação ou podem ser consumidos"?, é uma das perguntas que o telespectador terá que responder. 

O programa ainda abordará, em episódios diferentes, o consumo de ervas e plantas, entre elas as amazônicas. 
 

Tabus

Consumir diferentes tipos de animais é um tabu em muitas sociedades e na maioria dos casos, o tema está ligado à religião. Na China, o consumo de cachorros é comum (embora esteja diminuindo gradativamente nos grandes centros), principalmente em regiões do interior. Já na Índia, os seguidores do hinduísmo consideram os bovinos animais sagrados, proibidos de serem consumidos, enquanto no Brasil e em muitas outras sociedades, comer carne bovina é comum. 

Com os cavalos acontece a mesma coisa. No Brasil e em países com tradição católica, comer esta carne já foi considerado um ato pecaminoso, mas em alguns países da Europa e da Ásia, é comum. Episódios históricos apontam que os equinos eram consumidos em larga escala em festas pagãs, por volta dos anos 700, e por isso, a igreja teria proibido o seu consumo, só liberando este hábito anos depois. 

Comer carne de cavalo ainda não é exatamente um hábito global, mas a demanda está crescendo. O Brasil consome pouco, mas é o terceiro maior exportador do mundo (exporta cerca de 15 mil toneladas de carne por ano) e tem uma receita média de US$ 35 milhões anuais e há, pelo menos cinco frigoríficos especializados atuando neste setor. O quilo médio da carne equina custa R$ 25. 

Daqui, a carne equina segue para países como a França, Bélgica, Itália, Rússia, Suíça e Japão, onde é comum a sua utilização em embutidos como salames, salsichas e mortadelas italianas. No Oriente, os cavalos estão sendo usados para fazer um tipo de sashimi exótico, o basahi, que caiu no gosto dos japoneses. Hoje, há até um sorvete sabor basashi sendo vendido com sucesso no país. 

Nos Estados Unidos, o consumo da carne de cavalo foi liberada no final do ano passado (estava proibida desde 2006). Com a liberação, assinada pelo presidente Barack Obama, o ministério da agricultura norte-americano estima que 200 mil animais deverão ser mortos ao ano para a alimentação humana. Boa parte da produção também será exportada para os mesmos clientes do Brasil. 

Dados do site stophorseslaughter apontam que , em 2005, ano anterior à proibição, 90 mil cavalos foram mortos nos Estados Unidos para atender o mercado externo. 

Farinha 

Em São Paulo, existem pelo menos dois restaurantes que tem pratos com carne de cavalo no menu. Todos são considerados pratos exóticos e, segundo os chefs que os produzem, são altamente demandados pelos clientes. 

Quase todas as partes do cavalo podem ser aproveitadas: o sangue e os ossos são usados para produção de farinha de ração e a crina, para fabricar pincéis. O peso médio de abate é de 300 quilos e, cavalos usados em esportes não são abatidos para o consumo humano. 

Iguais à carne bovina, os cortes de carne de cavalo são semelhantes aos cortes bovinos: filé mignon, alcatra, contrafilé, fraldinha, patinho, lagarto, coxão duro e coxão mole.