A quinta-feira de retorno do feriado de meio de semana foi de morosidade no mercado brasileiro do boi gordo, com negócios esparsos e manutenção nas condições de preços físicos da arroba, informa a IHS Markit, consultoria que acompanha diariamente o setor pecuário.
Segundo apurou a Scot Consultoria, as paralisações em algumas estradas brasileiras – promovidas por manifestantes – contribuíram para o cenário de poucos negócios no mercado do boi gordo.
Dessa forma, nas praças do interior de São Paulo, o preço do boi gordo seguiu estável, ainda valendo R$ 275/@, enquanto a vaca e a novilha gordas seguem cotadas em R$ 260/@ e R$ 269/@, respectivamente (preço brutos e a prazo), relata a Scot Consultoria.
Bovinos destinados à exportação estão cotados em R$ 280/@ no mercado paulista (preços bruto e a prazo), acrescenta a Scot.
Na avaliação da IHS Markit, apesar da estabilidade observada nesta quinta-feira, os fundamentos do mercado ainda sugerem um ambiente de pressão baixista nos preços do boi gordo, mesmo com a virada do mês e retomada da demanda sazonal (estimulada pela entrada dos salários na conta dos trabalhadores).
“Indústrias permanecem com as programações de abate garantidas até pelo menos o final da primeira quinzena de novembro”, garante a IHS.
Há relatos de unidades frigoríficas que já possuem escalas de abate para os primeiros dias de dezembro e, por isso, permanecem ausentes das compras de boiadas gordas, acrescenta a consultoria.
“Entre algumas plantas industriais, há também rumores de unidade que estão reduzindo o abate diário, operando com cerca de 1/3 de sua capacidade estática, ou intercalando as atividades para três dias na semana”, relatam os analistas da IHS.
Paralelamente, a entrada de lotes de animais gordos oriundos do segundo giro de confinamento eleva o descompasso entre oferta e demanda de animais disponíveis para abate.
Dessa maneira, apesar do incremento no consumo interno nos primeiros dias de novembro devido à entrada de massa salarial, os preços da arroba bovina ainda podem registrar novos recuos, acredita a IHS Markit.
Além da timidez das vendas no mercado interno, o setor também acendeu uma luz de alerta em relação ao desempenho das exportações brasileiras de carne bovina.
Apesar do bom desempenho dos embarques em outubro último, a China permanece pressionando os preços da tonelada de carne bovina no mercado global.
“O forte recuo da divisa chinesa frente ao dólar reduziu o poder de compra do país asiático”, alerta a IHS.
Neste sentido, indústrias brasileiras relatam que as renegociações de contratos em curso, bem como os novos negócios fechados com os importadores chineses, apertam as margens operacionais da cadeia e limitam o apetite comprador de boiadas gordas dos frigoríficos brasileiros.
Cotações máximas de machos e fêmeas nesta quinta-feira, 3/11
(Fonte: IHS Markit)
SP-Noroeste:
boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 233/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 233/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 242/@ (prazo)
vaca a R$ 232/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 236/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 236/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca R$ 246/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)