A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) promoveu no final da tarde desta segunda-feira, 4, a primeira reunião do Conselho Consultivo do Departamento do Pantanal, criado no início de setembro deste ano, com a finalidade de fortalecer ações voltadas para a preservação, promoção e desenvolvimento sustentável do bioma.
Realizada de forma híbrida (presencial e on line) e sob a coordenação do gestor agroambiental, Homero José Figliolini, a primeira reunião do conselho tratou da pauta "o fogo no Pantanal e a comunicação de suas origens e consequências". O conselho se reunirá ordinariamente toda primeira segunda-feira de cada mês. A primeira reunião serviu também para a apresentação formal dos membros do conselho consultivo.
Segundo o presidente da Acrissul, Guilherme Bumlai, é preciso criar urgente uma estratégia de comunicação social, envolvendo os meios de imprensa e também através de campanha publicitária, para acabar com a ideia de que o produtor rural é autor e não vítima dos incêndios florestais que afetaram sobremaneira o Pantanal. "O produtor foi transformado em criminoso, quando na verdade ele é o primeiro interessado em proteger sua propriedade da destruição", argumenta o ruralista.
É unânime entre os participantes que o setor precisa ter voz na mídia para atingir a sociedade. A proposta do conselho é captar a maior quantidade de informações possíveis sobre a economia do bioma, através da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento,Ciência, Tecnologia e Inovação), Iagro-MS e também junto à Famasul, para fomentar pautas e alimentar a imprensa com dados sobre os incêndios florestais que atingiram o Pantanal, principalmente.
Na oportunidade foi aprovado o envio de ofícios a esses órgão solicitando levantamentos de toda a produção pantaneira, para dar início a uma campanha de valorização do trabalho do homem pantaneiro na preservação do bioma e no combate aos incêndios florestais, que este ano geraram um prejuízo calculado pelo Senar-MS de algo em torno de R$ 1 bilhão.
O bioma Pantanal ocupa aproximadamente 2% do território nacional. Em Mato Grosso do Sul ocupa uma área de aproximadamente 9,73 milhões de hectares, ou seja, aproximadamente 64% da área total do Bioma está localizada no Estado, correspondendo ainda a 27% do território estadual e tem na pecuária de corte a sua principal matriz econômica.
No aspecto socioeconômico, segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) o setor é responsável por 23% da riqueza gerada no Estado.
Participaram presencial e virtualmente da reunião: Guilherme de Barros Bumlai (Acrissul); Homero José Fligliolini (coordenador do departamento); Diego Gomes Freire Guidolin (Senar-MS); Marcelo Rondon de Barros (Sodepan); Janes Bernardini (ABPO); Tenente coronel Leonardo Congro (Semadesc); Daniel Ingold (Iagro-MS); Urbano /Abreu (Embrapa Pantanal); Antônio do Nascimento Rosa e Luiz Orcírio Fialho de Oliveira (Embrapa Gado de Corte); Marcos Siqueira (Ambipar/Biofílica); Roberto Folley Coelho (Sindicato Riural de Miranda) e os produtores rurais pantaneiros José Lemos Monteiro (Zeito) e Antônio de Moraes Ribeiro Neto.