A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) divulgou nesta quarta-feira (28), a revisão da colheita da safra 2021/22. As previsões de 2,6 milhões de toneladas estimadas em junho oscilaram para baixo, ficando em 2,5 milhões.
O movimento é atribuído aos problemas climáticos que atingiram as regiões produtoras de maneira diferenciada, com chuvas excessivas ou seca. A projeção inicial era de 2,8 milhões de toneladas para a safra 2021/22.
Apesar da revisão, o volume de pluma colheita 2021/2022 é maior do que as 2,36 milhões colhidas na safra passada. Os dados foram divulgados durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, que reuniu representantes do setor.
“Infelizmente, por questões climáticas, as lavouras do País foram impactadas e a produção oscilou para baixo, mesmo assim teremos volumes para atender o mercado”, ponderou o presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato.
Para a safra 2022/23, que começou globalmente, em agosto, mas no Brasil começa a ser plantada em novembro, no entanto, os prognósticos são de produção de 3,1 milhões de toneladas, uma variação de 27% ante os atuais 2,5 milhões.
As projeções levam em conta os cálculos estimados pela nove estaduais associadas à Abrapa, em setembro de 2022. A área plantada é projetada em 1,78 milhão de hectares, um crescimento de 9,3% com relação à safra 21/22 (1,63 milhão de hectare).
Indústria
A reunião da Câmara teve a participação da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Fernando Pimentel, presidente da Abit, apresentou informações sobre a produção têxtil no acumulado de 12 meses, que teve retração foi de 14,1%.
Entre janeiro e julho deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2021, a queda foi de 14,6%. A alta da inflação e os custos impactaram no desempenho da indústria têxtil e de confecção. Para 2023, a expectativa é de “ligeira” recuperação, com crescimento na produção de 1,9% e 0,9% em vendas internas.
Exportação
Representando a Anea, Marco Antônio Aluísio, apresentou as estatísticas e informações sobre a exportação da pluma brasileira em 2022 e as estimativas para 2023. Embarques de algodão para 2021/2022 fecharam em 1,72 milhão de toneladas, sendo China, Vietnã e Paquistão os principais destinos.
Para o setor, os efeitos do lockdown da China seguram a demanda, outro impacto é a inflação mundial que segue elevada e a possível recessão mundial. O executivo considerou ainda a volatilidade do petróleo, que foi a 125 dólares, hoje está em 85 dólares (impactando positivamente nos sintéticos).
Os fertilizantes, que ainda permanecem elevados, continuam a pesar sobre o setor, neste e ano e em 2023. A próxima reunião da Câmara está prevista para o dia 15 de dezembro.