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No mercado de touros, demanda supera oferta

18 JAN 2010 • POR Valor Econômico. • 00h00

Na mesma linha de crescimento da inseminação artificial, a venda de touros para a pecuária comercial de corte também se mostra firme. Dados do mercado indicam para uma necessidade de pelo menos 500 mil novos touros por ano, mas os grupos especializados em produzir touros comprovadamente melhoradores não conseguem atender a toda essa demanda. Pesa contra esse mercado o fato de a maior parte dos pecuaristas ainda usar animais próprios, sem índices de qualidade comprovados.

"Há um sucateamento do mercado de touros porque os que existem não são suficientes para atender toda a necessidade", afirma Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa Branca Agropastoril. No ano passado, sua empresa comercializou 420 touros, e a expectativa para 2010 é de um crescimento de pelo menos 30%. "Em 2009, só não vendi mais porque não tinha", afirma.

Líder na venda de touros nelore, raça predominante no rebanho brasileiro, a Agropecuária CFM comercializou no ano passado perto de 2.000 touros. "Dois mil e nove foi um ano bom, acompanhando o ritmo de 2008. Acreditamos que 2010 será de mercado forte, mesmo com a queda no valor da arroba", diz Luis Adriano Teixeira, coordenador de pecuária da CFM.

O preço médio da arroba do boi gordo no mês, até 15 de janeiro, está em R$ 75,55, segundo dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O valor é 10,1% inferior à média registrada pelo indicador em janeiro de 2009. A expectativa para o mercado de touros ainda é positiva porque o preço do bezerro caiu menos que a arroba do boi gordo. O preço médio do bezerro até 15 de janeiro ficou em R$ 590,21, valor 7,2% menor do que a média de janeiro do ano passado, segundo o Cepea.

De acordo com Teixeira, o diferencial de 2009 foi a entrada de novos clientes na carteira da empresa, que foi a maior dos últimos três anos. Para ele, esse movimento representa que os investidores estão interessados em touros que tenham resultados comprovados. "Não são grandes compras, mas pessoas novas investindo em genética", afirma.