Chip 100% nacional começa a ser testado na rastreabilidade de bovinos em MG
O bovinocultor brasileiro ganhará, em breve, uma nova ferramenta de rastreabilidade, o chamado "chip do boi", um dispositivo eletrônico de identificação do animal, produto 100% nacional, que vem sendo desenvolvido há cerca de um ano pela Ceitec, empresa líder no mercado de semicondutores na América Latina, pertencente ao Governo federal, com sede em Porto Alegre/RS.
O equipamento, que no longo prazo pode intensificar a exportação de carne, foi lançado nesta quinta-feira (5/11) na Fazenda Experimental Santa Rita, da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), localizada no município de Prudente de Morais, onde os testes já tiveram início.
Segundo o presidente do Ceitec, o alemão Eduard Weichselbaumer, o "chip do boi", que permite o monitoramento eletrônico de todas as informações do rebanho, por meio da colocação de um pequeno brinco na orelha do animal, estará disponível no mercado nacional em fevereiro de 2010, e no mercado internacional em julho do mesmo ano.
A empresa tem capacidade para produzir até 50 milhões de unidades por ano, e o principal diferencial do chip, ante o fabricado no exterior, é o preço, que vai variar de R$ 2,5 a R$ 3. Um equipamento similar produzido fora do país custa, em média, R$ 7. Além do "chip do boi", o produtor precisa investir, ainda, em um computador e um aparelho de leitura das informações armazenadas no chip, feita através de radiofrequência.
O investimento no desenvolvimento do chip não foi informado. Atualmente, o rastreamento do rebanho bovino voltado para exportação é feito basicamente pela leitura de um código de barras, também instalado em um brinco, que contém ainda o número do animal no estabelecimento rural e do Sisbov (Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos).
O sistema, porém, conforme o pesquisador da Epamig de Prudente de Morais, Octávio Rossi de Morais, é falho, pois o código de barras pode ser danificado em decorrência do sol ou de sujeiras. Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, o chip eletrônico será um importante instrumento na prática da qualidade e controle da qualidade do rebanho.
"Se houver algum tipo de problema com o gado, o fazendeiro saberá onde ocorreu. A tecnologia traz mais segurança e mais riqueza de dados", observa. Para ele, o chip, apesar de não ser uma imposição, trará mais confiança aos dados dos animais, do nascimento ao abate.