Profissional é responsável pela manutenção do status sanitário livre de febre aftosa em MS
Nascido em Campo Grande, Roberto Rachid Bacha, dire- tor-geral da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e, também médico veterinário, falou com exclusividade à Folha do Fazendeiro sobre sua profissão, que eem 9 de setembro comemorou o seu dia.
Formado na USP (Universidade de São Paulo) em 1978 ele ressalta a importância deste profissional na manutenção do status sanitário de Mato Grosso do Sul. “O médico veterinário é fundamental neste processo, que se dá tanto por aquele que atua no Estado, pelo Mapa (Ministro da Agricultura), pela Iagro, e por aquele que é autônomo, que no dia a dia da lida é um vigilante quando se depara com qualquer situação que possa colocar em risco a sanidade do rebanho. Nós temos um trabalho sensacional destes profissionais”, destaca.
Bacha lembra ainda que os recentes episódios de focos de febre aftosa que ocorreram no Estado fizeram dos veterinários, que trabalham nesse tipo de epidemia, um grupo de elite. “Eles podem dar uma resposta franca e objetiva a qualquer situação que se apresente. E isso é uma evolução na profissão”, pondera.
Hoje, em Mato Grosso do Sul, há cerca de 3.200 médicos veterinários, destes 240 prestam serviços a Iagro. “São pessoas concursadas que representam 8% do total da classe”, lembra, ressaltando que mesmo assim o número é insuficiente. Segundo ele, para melhorar o atendimento, em especial na Zona de Alta Vigilância, seriam necessários mais 40 veterinários.
Bacha lembra ainda que o Estado, nos últimos dez anos, exportou cerca de US$ 2 trilhões somente de carne bovina e que por trás de cada uma destas exportações estava a atuação de um veterinário atestando a qualidade e sanidade do produto que estava sendo vendido. “Ele é peça-fundamental na estratégia do agronegócio brasileiro e não é devidamente valorizado, é mal remunerado. As pessoas têm de conhecer o trabalho deles para valorizá-los. Por isso temos de citar números”, defende. “A primeira concepção que temos dos veterinários é do médico que cuida dos cachorrinhos, e durante muito tempo foi assim.
Não podemos nos esquecer que estes profissionais são de fundamental na saúde pública, desde a inspeção nos produtos de origem animal, que é uma competência privativa do veterinário, até o trabalho dentro dos centros de controle de zoonoses e das secretarias de saúde, no combate a leishmaniose, dengue, leptospirose e assim por diante”, pontuou.
O diretor da Iagro lembrou-se de um trabalho feito por veterinário que passou desapercebidamente pela população do Estado, mas que foi de fundamenta importância para a manutenção do status de área livre de aftosa. De acordo com ele, logo após o Estado ser reconhecido pela União Europeia com livre da doença, surgiram diversos boatos de que haviam focos em varias regiões do Estado. “E eram os veterinários que corriam por todo Mato Grosso do Sul, nas fazendas, fazendo as vistorias. Ao longo da minha história eu tenho percebido que os veterinários formam um grupo que sempre faz a diferença”. Questionado sobre quais são os desafios do médico veterinário nos dias de hoje, Bacha disse que é o mercado de trabalho.
Conforme ele, as universidades têm colocado à disposição do mercado mais profissionais que ele é capaz de absorver, e que os que conseguem se firmar tem de investir cada vez mais em especializações como: mestrado e dourado. “Por um lado isso é bom, porque somente os melhores se estabelecem”, ressalva. “Para mim, a medicina veterinária é uma profissão maravilhosa, com a qual eu tenho uma grande afinidade. Não sei, é um sentimento pessoal. Eu não escolheria outra profissão”, finalizou parabenizando o veterinário pelo seu dia 9 de setembro.