Sanidade

Iagro reforça a fiscalização rumo ao status internacional de área livre de aftosa

Durante o evento teve a apresentação dos novos fiscais estaduais agropecuários

17 JAN 2025 • POR Rosana Siqueira, da Semadesc e Leonardo Rocha da Secom • 09h55

Buscando manter a excelência dos trabalhos de vigilância da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), o Governo do Estado, entregou hoje (16), 23 novos veículos destinados à fiscalização e recepcionou 29 novos fiscais estaduais agropecuários. A entrega está dentro das metas para garantir o reconhecimento de Mato Grosso do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a ser oficializado em maio deste ano na França.

A solenidade contou com a presença do governador do Estado Eduardo Riedel, que juntamente com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck e o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold. Também participaram do evento, o secretário da Casa Civil, Eduardo Rocha, o secretário-adjunto da Casa Civil, Walter Carneiro Jr, a senadora Soraya Thronicke, o deputado estadual Paulo Corrêa e prefeitos de cidades de fronteira.

A aquisição de 23 novos veículos é o resultado de um investimento de cerca de R$ 6 milhões em recursos estaduais. Eles serão distribuídos entre as 11 regionais da agência, com o objetivo de modernizar as operações e garantir maior eficiência nas ações de fiscalização.

“A questão da nova frota vai seguir usando os critérios da meritocracia. Temos um sistema que mostra que o fiscal fez mais fiscalizações em determinada área, este servidor por exemplo vai ser presenteado com uma nova ferramenta, que seja mais adequada para seu trabalho. Esta ação segue nossa linha de meritocracia e inclusão do produtor dentro do nosso sistema de trabalho”, destacou o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold.

“Uma conquista do Estado do Mato Grosso do Sul, onde a Iagro e Semadesc foram muito protagonistas. Assim como o produtor rural que no seu dia a dia fez o dever de casa, conquistou e fez por merecer este status, que é um benefício da própria produção, pois assim consegue atingir novos mercados e valorizar nossos produtos”, disse o governador em seu discurso.

Novos servidores

Durante o evento teve a apresentação dos novos fiscais estaduais agropecuários, que foram aprovados no último concurso público. São 29 médicos-veterinários, que vão atender 25 municípios do estado, para tornar a fiscalização da Iagro mais eficiente e assim promover o desenvolvimento sustentável das atividades agropecuárias.

Os municípios beneficiados são: Amambai, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Corumbá, Dois Irmãos do Buriti, Bodoquena, Camapuã, Sidrolândia, Paranaíba, Inocência, Coxim, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde, Deodápolis, Itaquiraí, Juti, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Bela Vista, Porto Murtinho, Água Clara e Santa Rita do Pardo.

“Hoje nós temos um sistema de vigilância que abrange todo o Estado, que define quais são os quadrantes de risco, que precisa de mais vigilância. Dentro disto todo este monitoramento direciona onde os técnicos devem atuar com eficiência e segurança. O momento é de dar boas-vindas aos nossos concursados, que acabaram de entrar na nossa instituição e farão parte deste trabalho”, explicou Ingold.

Importância

Durante o evento, o secretário Jaime Verruck ressaltou que a entrega reforça a importância do trabalho desempenhado pela Iagro. “É importante entender que a Iagro vem num processo de qualificação, fazendo a transição de livre de aftosa com vacinação, agora livre de aftosa sem vacinação, que é o status que nós temos hoje. E para isso nós temos que cumprir uma série de requisitos, porque a gente tira a vacina e vai para a vigilância”, explicou.

Centro de inteligência

O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold apresentou o CCO (Centro de Controle de Operações) aos visitantes. No local são monitoradas as atividades sanitárias e de transporte animal em todo o Mato Grosso do Sul, garantindo segurança e rapidez para fiscalização e também de resposta, quando necessário.

“Estivemos agora no centro de controle de operação, que os nossos governadores e secretários se empenharam e acreditaram nesse modelo da Iagro. Então, hoje nós temos um sistema que está trabalhando de uma forma bastante cirúrgica. O Estado está mudando. Hoje nós temos uma matriz aqui de florestas que tem crescido muito, hoje nós temos a citricultura que está entrando aqui de forma pujante. Então é uma grande honra para nós da IAGRO ter esse apoio de todos vocês”, enfatizou.
 

Verruck lembrou que foi preciso estruturar o órgão. “Começamos com a educação do produtor rural, num sistema robusto de inteligência, com a sala de situação da Iagro que monitora toda essa estrutura de rebanho no Estado. E tem uma avaliação do Ministério, que é essa nota. Nós tiramos uma nota 3,95, que é a melhor nota do país, que é o sistema de avaliação, de vigilância de todas as agências”, salientou.

Agora todo esse material será levado para a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) que deve definir em maio em Paris, se aceita o pleito do Brasil como área livre de aftosa sem vacinação.

“Isso não está garantido ainda para nós, mas entendemos que o Brasil, o Ministério compreende que o Brasil está pronto para receber sua certificação pelas notas que têm, pelas audiências que nós estamos realizando. Mas isso exige um elevado custo de vigilância, por isso que nós temos que, todo ano, comprar carros novos, ter novas pessoas, novos veterinários para fazer esse acompanhamento”, afirmou.

O secretário destacou ainda a importância do reconhecimento para Mato Grosso do Sul. “Para o produtor e para o Mato Grosso do Sul, a designação vai representar a abertura de mercado, porque a gente olha muito a bovinocultura, mas a suinocultura também será impactada. Você muda o padrão da suinocultura do Mato Grosso do Sul. Hoje, por exemplo, Santa Catarina é o único estado que exporta para o Japão. Mas no momento que o Estado estiver livre, nós podemos exportar também. Então mudamos não só a cadeia produtiva da carne bovina, mas das outras carnes também”, concluiu.