Boi gordo

Crescem as apostas de um movimento positivo da arroba no curtíssimo prazo

"Os pecuaristas brasileiros seguem 'amparados' pelo ritmo acelerado das exportações de carne bovina e pela diminuição do abate de fêmeas", observam as consultorias do setor

7 AGO 2024 • POR Portal DBO • 16h10

As cotações do boi gordo seguem firmes, com tendência de alta nas principais praças do País, observam os analistas.

De um lado, diz a Agrifatto, “os frigoríficos estão operando com um volume significativo de contratos a termo e de animais confinados”. Do outro, “os pecuaristas brasileiros seguem ‘amparados’ pelo ritmo acelerado das exportações nas últimas semanas e pela diminuição do abate de fêmeas”, observa a consultoria.

“Para o curtíssimo prazo, avaliamos que a primeira quinzena do mês é um bom momento para as vendas de carcaça bovina no atacado e, com o dólar e as exportações se mantendo firmes, nós visualizamos a continuação do processo de valorização do boi gordo”, prevê a Agrifatto.

Segundo os analistas da Scot Consultoria, é notável uma redução na oferta de fêmeas ao mercado, “um cenário comum para esta época do ano, pois a participação da categoria no abate de bovinos no segundo semestre é tradicionalmente menor comparado ao primeiro”.

Com isso, o mercado do boi gordo iniciou a terça-feira (6/8) oferecendo R$ 3/@ a mais para a vaca gorda na praça de São Paulo, agora negociada por R$ 205/@, no prazo, segundo a Scot.

Por sua vez, o boi gordo, a novilha gorda e o “boi-China” continuam valendo R$ 227/@, R$ 217/@ e R$ 230/@, respectivamente, acrescenta a Scot, ainda se referindo ao mercado paulista.

Pelos dados da Agrifatto, o preço da arroba (média entre o animal “comum” e o “boi-China) em São Paulo subiu para R$ 236,50 nesta terça-feira (6/8).

As demais regiões monitoradas pela consultoria (16 no total, além de SP) acompanharam o ajuste na praça paulista, levando a cotação média para R$ 218,40/@. “Oito das 17 praças valorizaram a arroba nesta terça-feira (SP, GO, MG, MS, MT, PA, PR e TO); as outras 9 mantiveram suas cotações estáveis”, destaca a Agrifatto.

Atacado
A virada de mês trouxe um tom mais positivo para o mercado atacadista da proteína animal em São Paulo, observa a Agrifatto.

A carcaça bovina, que vinha com dificuldades para se firmar durante a última quinzena de julho/24, conseguiu se firmar e registrar alta de 0,78% na última semana, ficando cotada em média a R$ 15,50/kg, o maior nível semanal desde a terceira semana de julho/24, ressalta a consultoria.

O traseiro bovino foi quem puxou essa valorização da carcaça, diz a Agrifatto, registrando alta de 0,46% no comparativo semanal, para R$ 17,89/kg, “mas demonstrando potencial para superar os R$ 18,00/kg nas semanas vindouras”.

O frango resfriado continua com dificuldades de retomar o seu processo de valorização, mas as consequências do surgimento de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial do RS estão sendo menores do que as que foram alardeadas, observa a Agrifatto.

“O frango resfriado fechou a semana praticamente estável, com recuo de 0,04% em comparação com semana anterior, chegando a R$ 6,91/kg, mas deve começar a semana (vigente) com potencial de valorização devido à demanda se mostrando firme”, acreditam os analistas da consultoria.

A carcaça suína especial continua em seu processo de forte valorização, sustentada neste momento também pela demanda firme, acrescenta a Agrifatto.

O preço da proteína registrou alta pela nona semana consecutiva e fechou o período cotada a R$ 11,38/kg, com valorização de 1,46% – o maior patamar desde fevereiro/23.

“A oferta mais enxuta é o principal motor para essa forte alta dos últimos meses para a carcaça suína”, justificam os analistas da Agrifatto.

O mês de agosto/24, prevê a consultoria, deve marcar a continuação desse movimento de alta para as proteínas animais no atacado paulista, estimulada pelas comemorações do Dia dos Pais (data marcada pelo aquecimento da procura pelos cortes para churrasco), em conjunto com o recebimento de salários neste início de mês.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta terça-feira (6/8):

São Paulo — O “boi comum” vale R$235,00 a arroba. O “boi China”, R$238,00. Média de R$236,50. Vaca a R$210,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$232,50. Vaca a R$208,00. Novilha a R$215,00. Escalas de sete dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$212,50. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias.