Analistas acreditam que vem aí uma tendência de alta para arroba
Em um contexto diferente das últimas duas semanas, o preço começou a dar sinais de reversão para cima no mercado físico paulista
Diante do recebimento da primeira parcela do 13º salário para a maioria dos trabalhadores do setor privado, em conjunto com a leve redução das escalas de abate dos frigoríficos brasileiros na última semana, a consultoria Agrifatto (São Paulo, SP) acredita no início de “uma pressão altista mais fundamentada” para os preços do boi gordo ao longo desta semana.
Além disso, relembram os analistas, a ideia de um movimento mais firme da arroba é ancorada pela aproximação da época de maior consumo de proteína animal – dezembro –, marcada pelas festividades entre os colegas de trabalho e familiares.
“Em um contexto diferente das últimas duas semanas, o preço do boi gordo começou a dar sinais de reversão para cima no mercado físico paulista”, reforça a Agrifatto.
O indicador de preço da consultoria fechou a semana passada cotado em R$ 234,16/@ (mercado de SP), com alta de 0,32% – maior valor desde a última semana de outubro/23.
Seguindo a tendência no mercado físico, a última semana foi marcada por valorização nas cotações futuras do boi gordo na B3, informa a Agrifatto.
Os contratos com vencimento mais distante, diz a consultoria, foram os que registraram a maior valorização, com destaque para o papel para maio/24, que fechou a sexta-feira (17/11) valendo R$ 245/@, com avanço de 2,49% em comparação à sexta-feira anterior.
Dados Scot
Pelo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, as cotações dos animais terminados ficaram estáveis nesta segunda-feira de feriado. “O mercado está morno e a oferta tem sido suficiente para preencher as escalas de abate”, relata a Scot.
Com isso, o boi gordo paulista segue negociado em R$ 235/@, enquanto a vaca e a novilhas gordas estão valendo R$ 215/@ e R$ 225/@ (preços brutos e a prazo).
Por sua vez, diz a Scot, a arroba do “boi-China” está cotada em R$ 240 em SP, no prazo (valor b bruto), com ágio de R$ 5/@ sobre o valor do macho “comum”.
Atacado/varejo
Na última semana foi observado um recuo de 0,24% nos preços da carcaça casada do boi castrado, fechando com o valor médio de R$ 15,78/kg (base SP), informa a Agrifatto.
Nota-se que, entre os cortes, houve uma maior desvalorização do dianteiro bovino (R$12,72/kg), com queda semanal de 1,65%, acrescenta a consultoria.
Com a chegada da segunda quinzena (período marcado pelo menor poder aquisitivo da população, devido ao maior distanciamento do pagamento dos salários), o escoamento da proteína no mercado doméstico perdeu força.
Porém, reforça a consultoria, tal situação tende a se reverter com o pagamento da primeira parcela do 13º salário, dando uma movimentação mais firme no consumo da carne vermelha nas próximas semanas.
Outras carnes
Diferentemente da carcaça bovina, o frango resfriado teve alta na última semana. O preço do animal fechou em R$ 6,48/kg (base SP), com acréscimo de 0,87% no comparativo semanal, destaca a Agrifatto.
A carcaça especial suína também registrou valorização na cotação da última semana, ficando em R$ 9,78/kg em São Paulo, com alta de 1,68% no comparativo semanal.