Bloqueios nas estradas brasileiras prejudicam o mercado do boi gordo
Boa parte dos agentes do setor optou por sair das operações e aguardar alguma a resolução em relação às paralisações nas rodovias, ressaltam as consultorias
Os bloqueios nas estradas brasileiras, que ocorrem desde a noite de domingo (30/10), estão gerando incertezas no mercado do boi gordo, informam os analistas das consultorias que acompanham diariamente o setor mercado pecuário.
Tal fato, somado ao feriado que ocorre no meio da semana, fez com que grande parte dos frigoríficos ficasse fora das compras de boiadas gordas, relata a Scot Consultoria.
Segundo a Scot, nesta terça-feira (1/11), o preço do boi gordo ficou estável no mercado paulista, cotado em R$ 275/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas, respectivamente, por R$ 260/@ e R$ 269/@ (preços brutos e a prazo).
Bovinos destinados ao mercado da China (abatidos mais jovens, com até 30 meses) estão cotados em R$ 280/@ em São Paulo (preço bruto e a prazo), acrescenta a Scot.
De acordo com levantamento da IHS Markit, nesta terça-feira, véspera de feriado nacional, o mercado físico do boi gordo praticamente não registrou fluxo expressivo de negócios.
“A lentidão ocasionada pelo efeito-China entre os frigoríficos exportadores já prejudicava a liquidez no mercado do boi gordo, e foi severamente impactada agora pela ocorrência de bloqueios e protestos em importantes vias rodoviárias do Brasil”, declara a IHS.
No dia de hoje, boa parte dos agentes do setor optou por sair das operações e aguardar alguma resolução em relação aos bloqueios nas estradas, ressalta a consultoria.
Há relatos de que algumas unidades frigoríficas cogitam diminuir o ritmo dos abates diários em função de problemas em escoar a produção.
“Câmaras frias estão com estoques elevados e necessitam escoar a produção de carne e outros subprodutos (sebo e couro)”, diz a IHS.
As escalas de abate ainda confortáveis ajudam as indústrias a seguirem com a estratégia de limitar ainda mais as compras de animais gordos.
Os poucos e isolados reportes de negócios entre frigoríficos e pecuaristas envolveram lotes pequenos e a valores mais baixos, observa a IHS.
“Boa parte das unidades brasileiras ainda dispõe de animais próprios, adquiridos por meio de contratos de boi a termo, o que diminui a necessidade de realizar maiores aquisições no mercado físico”, acrescenta a IHS.
Além disso, continua a consultoria, a entrada de lotes do segundo giro de confinamento acaba por adicionar maior pressão baixista aos preços da arroba.
Entre as principais praças pecuárias do Brasil, foram registrados nesta terça-feira ajustes negativos nos preços do boi gordo nos Estados do MT, GO, RS, BA e PA, segundo o levantamento da IHS.
Boa parte dos frigoríficos presentes nos Estados citados acima estão com escalas de abate prontas até o começo da segunda quinzena do mês, informa a IHS.
Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi voltaram a registrar tímidas altas depois das severas quedas acumuladas durante a etapa final de outubro.
Os movimentos de recuperação das cotações futuras refletem a possibilidade de uma boa resposta para o consumo doméstico durante a reta final de 2022, observa a IHS.
Os dados econômicos no Brasil dão certo otimismo ao setor, enquanto os embarques de carne bovina ao mercado externo seguem em bom ritmo, dizem os analistas.
Cotações máximas de machos e fêmeas nesta terça-feira, 1/11
(Fonte: IHS Markit)
SP-Noroeste:
boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 233/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 243/@ (prazo)
vaca a R$ 233/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 242/@ (prazo)
vaca a R$ 232/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 236/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 236/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 258/@ (prazo)
vaca R$ 246/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 261/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 265/@ (prazo)
vaca a R$ 250/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 264/@ (à vista)
vaca a R$ 254/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 249/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 249/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 251/@ (prazo)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 256/@ (prazo)