Pressão de queda parece perder força, mas alta na arroba ainda é um sonho
Na praça de SP, cotação do macho terminado registra valorização nesta quarta-feira, 5, mas no geral o mercado brasileiro segue operando com estabilidade
O fluxo de comercialização de boiada gorda no mercado brasileiro ainda seguiu em ritmo lento nesta quarta-feira, 5 de outubro, informaram as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Segundo a IHS Markit, a boa cobertura de oferta de boi a termo negociado com indústrias frigoríficas limita a dinâmica de negócios, com algumas oscilações nas cotações da arroba dependendo de particularidades locais.
Na visão da IHS, a chegada da primeira quinzena de outubro, período de recebimento do salário aos trabalhadores, deve reservar algum repique de negócios no atacado da carne bovino. Ao mesmo tempo, continua a consultoria, os embarques da proteína ao exterior mantêm uma firme consistência, contribuindo para o escoamento da produção.
Mesmo assim, relata a IHS, prevalece a posição de cautela entre as unidades de abate, sobretudo entre os frigoríficos de grande porte, colaborando para a estabilidade nos preços do boi gordo na maioria das regiões brasileiras. Entre as principais praças pecuárias do País, o destaque desta quarta-feira ficou para as localizadas no interior paulista.
Segundo apurou a IHS, os preços do animal com padrão exportação subiram, com negócios efetivados para o boi-China a R$ 300/@, no prazo, para descontar FUNRURAL. No mercado interno, a arroba do boi “comum”, direcionado ao mercado interno, saltou de R$ 292 para R$ 298 nesta quarta-feira, valor a prazo e bruto.
A Scot Consultoria detectou valorização de R$ 2/@ na cotação do boi gordo paulista “comum”, que agora é negociado por R$ 282/@ (no prazo, valor bruto). Por sua vez, o preço da novilha gorda na praça paulista caiu R$ 1/@ nesta quarta-feira, para R$ 277/@, preços brutos e a prazo, enquanto o valor da vaca gorda ficou estável, em R$ 267/@ (preços brutos e a prazo), segundo os dados da Scot.
No entanto, como já mencionado neste texto, na maioria das praças pecuárias prevaleceu a morosidade de negócios, mantendo os preços da arroba lateralizados nesta quarta-feira. “O recebimento de animais prontos para abate oriundos de boiteis ou de parcerias com confinadores minimiza a necessidade dos frigoríficos em entrar ativamente no mercado spot”, justificam os analistas da IHS.
Embora a oferta de animais terminados seja enxuta neste momento de entressafra, os poucos lotes disponíveis ao mercado são suficientes para atender às necessidades mais urgentes das indústrias, observa a IHS. Na B3, os preços futuros do boi gordo continuam operando em torno de R$ 300/@, um pouco distante dos valores que estão sendo praticado no mercado spot.
Esse patamar mais alto dos contratos futuros é reflexo da possibilidade de um fluxo mais consistente no escoamento da carne bovina na etapa final de 2022, o que deverá gerar uma maior demanda por animais gordos.
No mercado atacadista de SP, os preços dos principais cortes bovinos se mantiveram estáveis nesta quarta-feira. A movimentação de negócios tem evoluído paulatinamente e dado suporte aos preços da proteína. O setor segue com expectativas de crescimento do consumo nos próximos dias em função da entrada da massa salarial.