Sistema de Alerta tem início com novos locais de monitoramento da mosca-das-frutas
O objetivo do projeto, liderado pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), é dar orientações para o produtor de pêssego sobre o manejo desse inseto-praga
No dia 8 de setembro, a divulgação dos boletins informativos do Sistema de Alerta para a mosca-das-frutas teve início. O objetivo do projeto, liderado pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), é dar orientações para o produtor de pêssego sobre o manejo desse inseto-praga durante a safra na região de Pelotas/RS. Após onze anos, esta foi a primeira vez que os locais de monitoramento foram alterados.
A mudança ocorreu em quatro das cinco propriedades monitoradas. Em Pelotas, a localidade de Rincão da Cruz foi substituída pela Colônia São Manoel, a Santa Áurea pelo Rincão da Caneleira e a Vila Nova pelo Rincão do Andrade. Já no município de Morro Redondo/RS, a Colônia Colorado foi substituída pela Colônia Santo Domingo. Em Canguçu/RS, a propriedade foi alterada, mas a região da Glória foi mantida.
Ao todo, são cinco estações, com cinco armadilhas cada, totalizando 25 armadilhas. “A ideia é manter a amostragem representativa de toda essa região geográfica produtora de pêssego no entorno de Pelotas e arredores”, explica o técnico da Embrapa Ângelo Lopes, responsável pela substituição das armadilhas.
Boletins informativos
A coleta das moscas-das-frutas nas armadilhas de monitoramento tem sido realizada pela equipe do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas (STR) e pauta os boletins informativos semanais emitidos durante o período da safra, de setembro a dezembro. As coletas são realizadas nas quartas-feiras e a reunião dos técnicos ocorre nas quintas. Do encontro, saem as orientações de manejo para a semana.
Neste ano, a previsão é que sejam distribuídos por e-mail, WhatsApp e Facebook 16 boletins. O envio ocorre às quintas-feiras para quem se cadastrou para recebimento via formulário. Mas esses boletins também podem ser acessados na página do Sistema de Alerta, no Portal da Embrapa, e acompanhados por meio de rádios e veículos locais, como o Jornal Tradição, onde são publicados semanalmente.
Situação da Mosca
Na avaliação realizada pelos técnicos na primeira semana de monitoramento e emissão dos boletins, nenhum inseto foi encontrado nas armadilhas. A tendência é que o início da safra reflita a infestação do outono em frutíferas como o citros, que foi menos afetado na última safra. Apesar de ser cedo para projeções, os técnicos esperam que a população de moscas fique dentro do normal no início da safra. “A indicação para o produtor é que, nesse período, se preocupe em instalar as armadilhas para o monitoramento”, reforça o pesquisador Dori Edson Nava.
Sobre o Sistema de Alerta
O Projeto teve início na safra 2010/2011 na região de Pelotas. A iniciativa conta com o apoio da Emater/RS-Ascar, Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e Prefeituras Municipais de Pelotas, Morro Redondo e Canguçu.
A cultura do pessegueiro é uma das principais cadeias produtivas na região Sul do Rio Grande do Sul, mais especificamente nos municípios de Pelotas, Canguçu, Morro Redondo, Piratini e Cerrito. Na região, o pêssego é cultivado em 2 mil propriedades, de até 10 hectares, envolvendo por volta de 6 mil pessoas. Em termos de processamento, são 10 indústrias que produzem cerca de 95% do pêssego em calda do Brasil – em torno de 50 milhões de latas.