Início de semana gelado nas principais praças pecuárias do Brasil
Os preços permaneceram inalterados nas principais regiões do País, apesar da indústria insistir na pressão de baixa da arroba
A última segunda-feira do mês foi um dia típico para o período no mercado físico do boi gordo, relata a IHS Markit. As indústrias frigoríficas, além da ausência no ambiente de negócios, evitaram sinalizar preços, como de costume para o dia, avaliando primeiro o resultado das vendas de carne bovina no final de semana, informa a IHS.
“Os frigoríficos permanecem atuando com maior parte de suas escalas compostas por animais provindos de contratos a termo, sobretudo a partir de parcerias realizadas com grandes confinamentos e boiteis”, informa a IHS. Essas operações garantiram um avanço virtual das escalas de abate, já que muitas indústrias estão atuando com cerca de 50% da sua capacidade diária de abate.
Segundo a IHS, no mercado interno, o consumo de carne bovina parece não ganhar a tração esperada pelos agentes envolvidos com o setor pecuário. “A liberação de verba por parte dos programas sociais do governo federal ainda não estimulou o aumento da demanda doméstica pela proteína bovina”, observa a IHS.
No front externo, o mercado observa com atenção se as exportações brasileiras de carne bovina irão continuar em ritmo forte no último quadrimestre do ano. “Entra no radar desta equação a variável câmbio, que vem registrando recuos significativos nesta última semana e pode impactar a competitividade do produto brasileiro no mercado global”, alerta a IHS.
Nesta segunda-feira, o dólar recuava para R$ 5, cotação que não era observada desde o início de junho, acrescenta a consultoria. A IHS Markit avalia que o início de um movimento de alta nos preços da arroba neste período de entressafra de boiada terminada a pasto está condicionado a uma retomada mais contundente do consumo doméstico da proteína bovina.
No entanto, diz a IHS, o apetite do mercado externo, sobretudo da demanda chinesa, ainda será o principal driver do setor. Estabilidade em SP – Segundo os dados apurados pela Scot Consultoria, nesta segunda-feira, 29 de agosto, os preços do boi gordo nas praças paulistas ficaram estáveis em relação ao levantamento de sexta-feira (26/8). “Com as escalas de abate ainda alongadas, a maior parte das indústrias frigoríficas estão fora das compras”, ressalta a IHS.
Portanto, no interior de São Paulo, o boi gordo direcionado ao mercado interno (sem premiação) segue valendo R$ 293/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são negociadas por R$ 274/@ e R$ 285/@, respectivamente (preços brutos e a prazo). O boi-China (abatido mais jovem, com até 30 meses) também segue com o mesmo valor de compra: R$ 305/@ (praças de SP), acrescenta a Scot.