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BNDES apoia fusão de empresas brasileiras

23 SET 2009 • POR • 00h00

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, classificou como positiva a fusão entre os grupos frigoríficos JBS e Bertin. Afirmou também que o pior momento da crise internacional foi superado. "A agenda de dificuldades já passou. Agora há a agenda de oportunidades", disse Coutinho, durante o Fórum Especial Reis Velloso, realizado no último dia 16 no Rio.

Com a fusão das empresas, o BNDES, que detinha participação nos dois grupos, passou a ter 22,4% do capital total do novo conglomerado, que também anunciou na quarta-feira (16) a compra de 64% da americana Pilgrim's Pride. "Acho interessante ver uma empresa brasileira aproveitando uma oportunidade no exterior, fazendo uma aquisição." Coutinho voltou a frisar que o banco manterá a política de apoiar a criação de "empresas brasileiras de classe mundial" O BNDES investiu, nos últimos dois anos, R$ 4,8 bilhões para adquirir participações nos maiores frigoríficos do País, incluindo o JBS Friboi e o Bertin.

De acordo com o banco, somente no Bertin o investimento foi de R$ 2,4 bilhões para comprar 27% do capital total da empresa. No JBS Friboi, o investimento para adquirir 13% de seu capital foi de R$ 1,4 bilhão, o segundo maior investimento da instituição no segmento.

No que diz respeito às exportações das empresas brasileiras, Luciano Coutinho disse que pedirá ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, aumento de recursos para a linha de financiamento destinada à venda de bens de capital para o exterior (pré-embarque). "A linha de pré-embarque tem sido muito demandada e está com o orçamento quase estourando. Vou pedir ao ministro Guido para flexibilizar o orçamento. Já ultrapassamos os R$ 6 bilhões e temos mais R$ 1 bilhão em carteira"", afirmou Coutinho.

"O desafio para os próximos anos, será criar oportunidades para o Brasil em áreas como a da indústria manufatureira e de tecnologia da informação. Além disso, temos que voltar a pensar no Brasil de longo prazo", afirmou ele.

A reportagem é do jornal Folha de S. Paulo