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Agricultura

Rodrigues: cenário agrícola em 2010 é desfavorável

25 novembro 2009 - 00h00Por Estadão Online, por Rodrigo Viga Gaier.

Apesar da previsão de uma safra maior, o cenário de rentabilidade para o agronegócio brasileiro em 2010 é desfavorável em relação a 2009, disse nesta terça-feira (24) o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Segundo ele, a safra 2009/10, cujo plantio de verão está sendo realizado, enfrentará três problemas: câmbio desvalorizado, insumos comprados com o dólar mais alto e preços internacionais cadentes.

"Este ano, apesar dos custos altos, a renda foi boa", afirmou Rodrigues em entrevista a jornalistas após participar do 11º Congresso de Agribusiness, promovido pela Sociedade Nacional de Agricultura, no Rio de Janeiro. "Com exceção de café e laranja que tiveram preços afetados e carnes que enfrentaram o embargo da União Europeia, o ano vai fechar razoavelmente bem. Em 2010, será pior por várias razões. Vejo com preocupação a safra de 2010", acrescentou.

Rodrigues se mostrou muito preocupado com previsões de mercado de que o dólar poderia baixar para R$ 1,60, o que afetaria as exportações e remuneração dos agricultores que compraram os insumos agrícolas no primeiro semestre com a moeda americana perto de R$ 1,90. O ex-ministro alertou ainda que no ano que vem a previsão é de safras recordes de alguns produtos no mundo, entre eles a soja, principal item da pauta agrícola brasileira. "Os estoques serão recordes. Os estoques de soja devem crescer 50 milhões de toneladas no ano que vem. Já tem gente falando em 7 ou 8 dólares o saco. Isso é um probelam sério", afirmou.

Rodrigues defendeu que o governo federal adote medidas para tentar minimizar as perdas do setor agrícola. Ele sugere uma redução na tributação do setor agrícola, aumento da oferta de crédito e medidas de incentivo para as exportações. "Algumas questões paliativas podem ser tomadas como a desoneração da produção e da exportação, o que esbarra na questão fiscal. A segunda medida seria tornar o crédito abundante e barato, o que também tromba com a receita. A terceira seria comprar dólares."